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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

LESÃO DE MENISCO

Auxiliam na lubrificação articular, ajudam a distribuir as forças de sustentação do peso e ajudam a aumentar a congruência articular. Estas são as funções específicas dos meniscos, importante estrutura responsável pela estabilidade da articulação. Quando lesionados, percebe-se uma maior incidência para o menisco medial, podendo ser atribuído aos ligamentos coronários que se inserem na tíbia e ao ligamento capsular, promovendo uma maior força torsional. Já o menisco lateral, não tem inserção no ligamento capsular e é mais móvel durante o movimento do joelho.

SINTOMAS
Observam-se como sintomas iniciais: dor imediata na linha articular, que, inicialmente, é descrita como uma sensação de falseio, “travando” o joelho próximo da extensão total. Se observarmos que o joelho está travado entre 10 e 30 graus de flexão é indicativo de ruptura do menisco medial. Quando vemos joelho “travado” em 70 graus, podemos estar diante de uma ruptura da porção posterior do menisco lateral. A efusão desenvolve de forma gradativa em 48 a 72 horas. O atleta pode se queixar de incapacidade para o agachamento ou para realizar mudança de direção durante a corrida, pode observar também, “estalidos” no joelho. O diagnóstico deve ser feito imediatamente após a lesão, com testes específicos antes que a ação muscular de proteção e o edema escondam o formato do joelho.

MECANISMO DE LESÃO
O mais comum é a combinação da sustentação do peso com rotação interna ou externa, durante a extensão ou flexão do joelho. Como já foi dito, o mais comumente lesionado é o menisco medial, e isto se dá pela: rotação interna do fêmur, forte e rápida, estando o joelho parcialmente fletido e o pé apoiado no solo. Ocorre principalmente nas manobras de mudança de direção. Há dois tipos de rupturas: vertical-longitudinal ou em “alça de balde”.

CONSIDERAÇÕES PARA REABILITAÇÃO
Inicialmente sempre de forma conservadora. O atleta pode ser capaz de concluir a temporada, tratando os sintomas associados. O procedimento cirúrgico pode ou não ser adotado, dependerá da evolução dos sintomas. Se observarmos fragmentos fixando-se as superfícies articulares da tíbia e do fêmur, pode evoluir para um “pinçamento” crônico ou “falseios” articulares. Esses fragmentos soltos podem levar à degeneração articular, com grau de incapacidade e disfunção. Nestes casos, a opção pelo tratamento cirúrgico é eficaz, e observamos três técnicas, a saber: meniscectomia parcial, reparo do menisco e transplante do menisco. É a localização da lesão que determinará que tipo de técnica será adotada.

PROCESSO DE REABILITAÇÃO
Tratamento não-cirúrgico: Destina-se primariamente, a reduzir a dor e controlar o edema (Crioterapia, TENS, Ultra-som, Laser). Devemos limitar a função inicialmente por 3 a 6 dias, para permitir a redução dos sintomas. O uso de anti-inflamatórios orais são necessários para reduzir a síntese de prostaglandinas (substâncias responsáveis por exacerbar a dor). Após este período, prefira as atividades sem impacto como: bicicleta ergométrica, piscina para condicionamento cardiovascular e gradativamente, ir iniciando a corrida. Cabe observar também, os suportes biomecânicos que devem ser utilizados como: palmilhas de silicones e tênis específico e novo para sua pisada. Exercícios de fortalecimento muscular e alongamentos dos músculos que envolvem o joelho são adequados.
Meniscectomia parcial: No pós-operatório, inicialmente deve ser controlado o edema e a inflamação por meio da crioterapia (gelo), compressão, elevação, Tens, Ultra-som pulsátil. Deambular com muletas por 1 a 3 dias, progredindo para sustentação do peso, assim que tolerado, até recuperar a extensão total, caminhar sem mancar e sem déficit de extensão. Exercícios para reestabelecimento da amplitude articular: deslizamentos na mesa, contra a parede, deslizamento ativo-assistidos e bicicleta ergométrica, podem ser iniciados imediatamente após a cirurgia, associados às séries de exercícios para os quadríceps. Com a melhora da dor e do arco de movimento, devem ser incorporados exercícios em cadeia cinética aberta e fechada. Após este período: treinamento funcional proprioceptivo. Acredita-se que o mais provável para o retorno integral dure em média 2 semanas, dependendo da evolução do quadro.
Reparo do menisco: A reabilitação requer limitação de movimento articular e é, portanto, mais longa. O atleta, recebe uma órtese ou brace , travada em extensão total, por duas semanas, a fim de proteger contraturas em flexão. Usar muletas para descarga parcial de peso. Séries submáximas de contração isométrica (sem movimento) do quadríceps devem ser utilizadas com a órtese. Posteriormente, exercícios de fortalecimento dos adutores(músculos internos da coxa) e abdutores(externos) do quadril. Da 2ª à 4ª semana, o movimento na órtese é limitado entre 0 e 90º de amplitude. Os exercícios para o quadril e isometria de quadríceps devem continuar. Deslizamentos de joelho na mesa e contra a parede e ativos-assistido, devem ser realizados com órteses, dentro dos limites permitidos por ela. A sustentação parcial de peso com muletas evoluindo para sustentação total do peso após 6 semanas. Em 6 semanas, a órtese pode ser removida e, geralmente, o atleta retorna às suas atividades em 3 meses. Em algumas situações, observamos que a lesão do menisco pode vir associada à lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) e o ligamento colateral medial (LCM). Sendo assim , se os protocolos de lesões ligamentares forem mais agressivos ou acelerados, as diretrizes para um plano de tratamento de recuperação do menisco, devem ser incorporados ao processo.
Transplante do menisco: O transplante de menisco é menos comum do que os anteriores, mas quando realizadas dar-se-á preferência ao halo-enxerto em vez do material sintético. Recomenda-se o uso da órtese por 6 semanas, assim como exercícios isométricos para o quadríceps. Apenas a sustentação parcial de peso com muletas é permitida neste período. Após este período, deve ser destravada para realização dos exercícios e sustentação total de peso. A órtese pode ser utilizada por até 8 semanas ou até o atleta conseguir atingir a extensão total e a marcha normal. Deste ponto em diante, técnicas de fortalecimento mais agressivas podem ser utilizadas. O retorno integral ocorre entre 9 e 12 meses.

CONDIÇÕES QUE DEVEM SER OBSERVADAS PARA O RETORNO INTEGRAL AO ESPORTE.

- Não houver aparecimento de edema após a atividade.
- O arco de movimento total recuperado.
- Os níveis de força dos extensores e flexores do lado lesionado, for igual ao lado não lesionado.
- O atleta conseguir realizar com sucesso os testes de desempenho funcional.

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