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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Acidente vascular encefálico AVE

Acidente vascular cerebral

O acidente vascular cerebral (acrônimo: AVC), ou acidente vascular encefálico (acrônimo: AVE), vulgarmente chamado de derrame cerebral, é caracterizado pela perda rápida de função neurológica, decorrente do entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais. É uma doença de início súbito, que pode ocorrer por dois motivos: isquemia ou hemorragia.

Tipos
  • O primeiro tipo, e o mais comum deles, é devido à falta de irrigação sanguínea num determinado território cerebral, não causando morte de tecido cerebral - é o AVC isquêmico.
  • AIT ou ataque isquêmico transitório - clinicamente, corresponde a uma isquemia passageira que não chega a constituir uma lesão neurológica definitiva e não deixa sequela. É um episódio súbito de deficit sanguíneo em uma região do cérebro com manifestações neurológicas, que se recuperam em minutos ou em até 24 horas. Constitui um fator de risco muito importante, visto que, uma elevada porcentagem dos pacientes com AIT apresentam um AVC nos dias subsequentes.
  • O AVC hemorrágico é menos comum, mas não menos grave, e ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano, levando à formação de um coágulo que afeta determinada função cerebral.
Diagnóstico

O diagnóstico do AVC é obtido através de exames de imagem, tomografia computadorizada e ressonância magnética, que permitem ao médico identificar a área do cérebro afetada e o tipo de AVC.

Segundo o médico Dr. Luís Fernando Aranha Camargo, do hospital Albert Einstein, sobre o diagnóstico do AVC:


"A agilidade no diagnóstico permite iniciar rapidamente o tratamento. A precisão determina a terapia correta a ser adotada"

Reabilitação

O processo de reabilitação pode ser longo, dependendo das características do próprio AVC, da região afetada, da rapidez de atuação para minimizar os riscos e do apoio que o doente tiver.
O sistema nervoso central todo pode ser acometido por esta doença e ele inclui, além do cérebro, o tronco encefálico, o cerebelo e até a medula espinhal. Dependendo da região atingida, os sintomas e as sequelas são diferentes.
Assim o lobo frontal está mais ligado às decisões e movimentos, o parietal com os movimentos e a sensibilidade do pescoço para baixo e com parte da fala e o occipital com a visão. O cerebelo está ligado com o equilíbrio e o tronco cerebral com a respiração e os movimentos e sensibilidade do pescoço para cima. Claro que isto é uma explicação básica e deve-se ter em mente que todo sistema nervoso está interligado podendo uma lesão em uma mínima parte ter grandes repercussões no todo e suas implicações e a localização da lesão podem ser difíceis de diagnosticar, devendo a pessoa acometida ser avaliada por um médico.


Evolução

Na parte da evolução temos 3 tipos de AVC, os que não deixam sequela nenhuma já no mesmo dia que acontece, os que não deixam sequelas mas duram mais de um dia e os que deixam sequelas. Quanto a este último, quando associado a déficits motores necessita de acompanhamento da equipe de fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais para potencializar e fortalecer os músculos que ainda possuem a inervação funcionante para assim diminuir as deficiências que podem ter sido causadas; no caso de problemas na fala e/ou deglutição um fonoaudiólogo pode ser necessário.
De qualquer forma, o AVC é uma doença que merece muita atenção pela dependência e alteração da vida que pode causar e a melhor maneira de lidar com ela é preveni-la controlando todos os fatores causais já citados, novamente mencionando que a principal é a hipertensão arterial sistêmica.

Sinais que precedem um derrame

São os principais sintomas que precedem o AVC:
  • Cefaleia intensa e súbita sem causa aparente
  • Dormência nos braços e nas pernas
  • Dificuldade de falar e perda de equilíbrio
  • Diminuição ou perda súbita da força na face, braço ou perna do lado esquerdo ou direito do corpo
  • Alteração súbita da sensibilidade, com sensação de formigamento na face, braço ou perna de um lado do corpo
  • Perda súbita de visão em um olho ou nos dois
  • Alteração aguda da fala, incluindo dificuldade para articular e expressar palavras ou para compreender a linguagem
  • Instabilidade, vertigem súbita e intensa e desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos

Como identificar o acidente vascular cerebral

  • Pedir em primeiro lugar para que a pessoa sorria. Se ela mover sua face só para um dos lados, pode estar tendo um AVC.
  • Pedir para que que levante os braços. Caso haja dificuldades para levantar um deles ou, após levantar os dois, um deles caia, procurar socorro médico.
  • Dê uma ordem ou peça que a pessoa repita alguma frase. Se ela não responder ao pedido, pode estar sofrendo um derrame cerebral.

Tratamento

O AVC é uma emergência médica e possui tratamento se o paciente for rapidamente encaminhado para um hospital adequado. O tratamento do AVC isquêmico já utilizado em todo o mundo há pelo menos 10 anos é realizado com medicamentos trombolíticos, que possuem a propriedade de dissolver o coágulo sanguíneo que está entupindo a artéria cerebral, causando a isquemia. Atualmente, o único trombolítico aprovado para ser utilizado na fase aguda do AVC isquêmico é o rTPA (alteplase). Este medicamento pode ser administrado por via endovenosa nas primeiras 4,5 hora do início dos sintomas. Após essa fase inicial de instalação, a trombólise pode não ser mais eficiente, e pode ser perigosa por causar uma reperfusão de um tecido necrótico, transformando o AVC isquêmico num acidente hemorrágico, que pode levar à morte ou sequelas mais graves.

Prevenção

Como todas as doenças vasculares, o melhor tratamento para o AVC é a prevenção, identificar e tratar os fatores de risco, como a hipertensão, aterosclerose, o diabetes mellitus, o colesterol elevado, cessar o tabagismo e o etilismo, além de reconhecer e tratar problemas cardíacos. Se houver atendimento dentre um determinado tempo ,a area afetada podera ser normalizada.

Tratamento da PA no AVC isquêmico

O manejo da pressão arterial no AVC isquêmico é altamente polêmico, uma vez que tanto pressões muito altas como muito baixas podem ser fatais. Ambas as situações podem apresentar um potencial de morbi-mortalidade, pois a hipertensão pode estar associada à transformação hemorrágica e recorrência do AVC, enquanto a hipotensão é suspeita de levar a uma baixa perfusão, provocando lesões definitivas da zona da penumbra isquêmica e levando a um pior prognóstico. O tratamento de redução da PA desses pacientes já foi associado a uma melhora de prognóstico e há um aumento da eficiência e segurança do tratamento trombolítico mas outros estudos correlacionam a redução da PA, assim como a hipotensão do AVC com um pior prognóstico neurológico, com maior morbidade e mortalidade. Alguns especialistas chegam a sugerir o aumento induzido da pressão arterial em pacientes hipotensos com AVC. A causa desse aparente paradoxo não é bem esclarecida, e suspeita-se que diferentes modalidades e circunstâncias do AVC determinem um papel diferente para a pressão arterial no prognóstico do paciente.
A maioria dos neurologistas concorda que pressões excessivamente elevadas ( PAS > 220 mmHg) estão associadas a um prognóstico pior, mas a hipotensão ( PAS < 60 mmHg) parece ser igualmente deletéria. Vários estudos sugerem que uma redução moderada da pressão, se acompanhada por tratamento trombolítico, pode reduzir significantemente a morbi-mortalidade. Os mesmos estudos tendem a concordar que a redução da pressão, se não acompanhada por trombólise, pode não ser segura.
Em presença dessas incertezas, o protocolo de manejo da PA em pacientes com AVC isquêmico agudo se baseia essencialmente na opinião de especialistas, que recomendam reduzir a PA em casos nos quais esta se encontra excessivamente elevada (PAS>220 mmHg), ou quando a redução for associada ao tratamento trombolítico. Nos demais casos a redução da PA não é recomendada.

Consequências

As consequências do AVC podem afetar diversos aspectos do paciente, tais como paralisia e fraqueza, habilidades de comunicação, fala, capacidade de compreensão, sentidos, além de raciocínio, emoções e memória.
TRATAMENTO DIETOTERÁPICO
  • Mudanças nos hábitos alimentares durante a recuperação
  • Regularizar os horários das refeições para que se possa aumentar o fracionamento.
  • É recomendado realizar refeições pequenas e frequentes, de 6 a 8 refeições por dia, sendo elas: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia;
  • Comer devagar;
  • Selecionar uma grande variedade de alimentos;
  • Os alimentos devem ser bem cozidos e servidos em consistência pastosa na forma de papas, purês, cremes e mingaus;
  • Usar caldo de carne e molhos para umedecer carnes e legumes.
  • Evitar a ingestão de líquidos durante as refeições, a fim de evitar a sensação de plenitude gástrica;
  • Beber bastante líquido no intervalo das refeições, ao longo do dia;
  • Os líquidos devem ser espessados e sorvidos lentamente;
  • Espessar os líquidos com cereais infantis, batatas amassadas, flocos de batata, ou amido de milho.
  • Oferecer alimentos na temperatura fria e nunca alimentos quentes para evitar náuseas;
  • Para aumentar o aporte calórico e evitar a perda de peso, acrescentar: óleos (ricos em gordura monoinsaturada), azeite, margarinas, queijos cremosos, molhos, açúcar, mel e farinhas às preparações;
  • Aumentar a ingestão de frutas, sendo que estas devem ter suas fibras abrandadas pelo calor ou devem ser servidas amassadas para facilitar a deglutição;
  • Dar preferência ao leite e derivados desnatados;
  • Evitar alimentos gordurosos, ingestão de alimentos fonte de gordura saturada, gordura trans, frituras e queijos amarelos;
  • Moderar o consumo de café, álcool, chá preto, chá mate, chocolate, refrigerante e alimentos condimentados;
  • Evitar esforçar-se após as refeições (20 a 30 minutos após a ingestão de alimentos);
  • A última refeição do dia deve ser realizada cerca de 3 horas antes de deitar;
  • Evitar roupas apertadas, especialmente após as refeições;

Fatores de risco para AVC

Existem diversos fatores considerados de risco para a chance de ter um AVC, sendo o principal a hipertensão arterial sistêmica não controlada e, além dela, também aumentam a possibilidade o diabete melitus, doenças reumatológicas, trombose, uma arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial, estenose da válvula mitral, entre outras.

Principais fatores de risco

  • Hipertensão arterial: é o principal fator de risco para AVC. Na população, o valor médio é de "12 por 8"; porém, cada pessoa tem um valor de pressão, que deve ser determinado pelo seu médico. Para estabelecê-lo, são necessárias algumas medidas para que se determine o valor médio. Quando este valor estiver acima do normal daquela pessoa, tem-se a hipertensão arterial. Tanto a pressão elevada quanto a baixa são prejudiciais; a melhor solução é a prevenção. Deve-se entender que qualquer um pode se tornar hipertenso. Não é porque mediu uma vez, estava boa e nunca mais tem que se preocupar. Além disso, existem muitas pessoas que tomam corretamente a medicação determinada porém uma só caixa. A pressão está boa e, então, cessam a medicação. Ora, a pressão está boa justamente porque está seguindo o tratamento. Geralmente, é preciso cuidar-se sempre, para que ela não suba inesperadamente. A hipertensão arterial acelera o processo de aterosclerose, além de poder levar a uma ruptura de um vaso sangüíneo ou a uma isquemia.
  • Doença cardíaca: qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem arritmias, podem determinar um AVC. "Se o coração não bater direito"; vai ocorrer uma dificuldade para o sangue alcançar o cérebro, além dos outros órgãos, podendo levar a uma isquemia. As principais situações em que isto pode ocorrer são arritmias, infarto do miocárdio, doença de Chagas, problemas nas válvulas, etc.
  • Colesterol: o colesterol é uma substância existente em todo o nosso corpo, presente nas gorduras animais; ele é produzido principalmente no fígado e adquirido através da dieta rica em gorduras. Seus níveis alterados, especialmente a elevação da fração LDL (mau colesterol, presente nas gorduras saturadas, ou seja, aquelas de origem animal, como carnes, gema de ovo etc.) ou a redução da fração HDL (bom colesterol) estão relacionados à formação das placas de aterosclerose.
  • Tabagismo: O hábito é prejudicial à saúde em todos os aspectos, principalmente naquelas pessoas que já têm outros fatores de risco. O fumo acelera o processo de aterosclerose, diminui a oxigenação do sangue e aumenta o risco de hipertensão arterial.
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas: quando isso ocorre por muito tempo, os níveis de colesterol se elevam; além disso, a pessoa tem maior propensão à hipertensão arterial.
  • Diabetes: é uma doença em que o nível de açúcar (glicose) no sangue está elevado. A medida da glicose no sangue é o exame de glicemia. Se um portador desta doença tiver sua glicemia controlada, tem AVC menos grave do que aquele que não o controla.
  • Idade: quanto mais idosa uma pessoa, maior a sua probabilidade de ter um AVC. Isso não impede que uma pessoa jovem possa ter.
  • Sexo: até aproximadamente 50 anos de idade os homens têm maior propensão do que as mulheres; depois desta idade, o risco praticamente se iguala.
  • Obesidade: aumenta o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose; assim, indiretamente, aumenta o risco de AVC.
  • Anticoncepcionais hormonais: Atualmente acredita-se que as pílulas com baixo teor hormonal, em mulheres que não fumam e não tenham outros fatores de risco, não aumentem, significativamente, a ocorrência de AVC.
  • Condições de vida: Uma pesquisa da Associação Americana Derrame, sugere que homens solteiros ou infelizes no casamento correm mais risco de sofrer AVC.
  • Malformação arteriovenosa cerebral: Distúrbio congênito dos vasos sangüíneos do cérebro nos sítios onde exista uma conexão anormal entre as artérias e as veias.




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