O QUE É SEPSE E CHOQUE SÉPTICO?
Entenda o que é a sepse (sepsis), como ela ocorre e porque é tão grave.
Entenda o que é a sepse (sepsis), como ela ocorre e porque é tão grave.
Gostaria de lembrar que esse texto é para leigos. Para um melhor entendimento do assunto, tomo a liberdade de descrever alguns mecanismos de um modo que não é o mais correto do ponto de vista fisiopatológico. Portanto, esse texto não é adequado para estudantes da área de saúde.
A sepse ou sepsis é uma síndrome que acomete os pacientes com infecções severas. É caracterizada por um estado de inflamação que ocorre em todo o organismo, secundária a invasão da corrente sanguínea por agentes infecciosos (geralmente bactérias).
A resposta inflamatória do organismo a uma invasão microbiana maciça pode ser tão intensa que causa diversos distúrbios, como choque circulatório, alterações na coagulação e falência múltipla de órgãos.
A história é a seguinte:
Vamos imaginar um processo infeccioso localizado, como uma pneumonia ou pielonefrite (infecção dos rins), por exemplo. Neste primeiro momento as bactérias estão alojadas em um órgão, no caso o pulmão ou rim, e são combatidas pelos nossos mecanismos de defesa. Se a infecção não for rapidamente controlada, essas bactérias conseguem acesso a circulação sanguínea e se espalham pelo corpo.
É aí que os problemas começam. Os invasores já não se encontram em apenas um local e as células de defesa precisam agir em vários pontos ao mesmo tempo para combater a infecção. O nosso corpo só sabe combater micróbios através da ativação de processos inflamatórios e neste momento é preciso ativá-lo difusamente. A partir deste ponto, perdemos controle sobre o processo de defesa e a inflamação fica descontrolada, passando a ser mais danosa do que o próprio agente invasor.
Todo mundo já teve uma inflamação, seja no dente, na pele ou em qualquer outro ponto do corpo. Imagine agora esse processo ocorrendo internamente e de modo simultâneo em todos os vasos sanguíneos e órgãos.
O processo inflamatório difuso causa uma dilatação dos vasos, levando a uma queda abrupta da pressão arterial, que caracteriza o estado de choque circulatório (choque séptico). Ainda nos vasos ocorre um aumento da permeabilidade dos mesmos, facilitando o extravazamento de líquidos para órgãos, causando a formação de edemas e inundação dos pulmões.
Essas alterações da permeabilidade e pressão circulatória, diminuem o aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos, levando a hipóxia e falência dos mesmos. O sistema de coagulação também é afetado e um dos eventos mais dramáticos da sepse é a coagulação intravascular disseminada (CIVD), um processo onde acontece simultaneamente a formação de múltiplos trombos e a presença de hemorragias. Doente com sepse grave pode apresentar necrose dos membros por trombose e sangramentos do sistema digestivo.
Quanto mais grave for a sepse, maior é o risco de morte. A sepse severa chega a ter uma mortalidade maior que 50%. Quanto mais precocemente for abordada, maiores são as chances de sobrevivência.
Como proceder então?
Qualquer infecção mais grave pode levar a sepse. Muitos de vocês provavelmente já tiveram uma em estágio inicial. Para se caracterizar uma sepse basta apresentar uma infecção e 2 dos 4 sinais e sintomas a seguir:
- Temperatura maior que 38ºC ou menor que 35ºC
- Frequência cardíaca maior que 90 batimentos por minuto
- Frequência respiratória maior que 20 incursões por minutos
- No hemograma: Leucócitos acima de 12,000 ou abaixo 4000 cel/mm3
Esse é o critério para definir sepse, mas não para avaliar sua gravidade. Considera-se sepse grave aqueles que também apresentam:
- Hipotensão e choque
- Piora da função dos rins
- Queda das plaquetas
- Alteração do estado de consciência
- Dificuldade respiratória
- Alterações da coagulação
- Diminuição da função do coração
O tratamento da sepse deve ser iniciado o mais rápido possível. Quanto maior e mais difuso for a inflamação sistêmica, menor é a resposta e maior a mortalidade. Outros fatores que pioram o prognóstico são a idade avançada, a presença prévia de outras doenças associadas, como diabetes, insuficiência renal, insuficiência cardíaca e imunossupressão (HIV, transplantes, câncer...)
O tratamento é com antibióticos para eliminar as bactérias e interromper o fator de estímulo, e com reposição de líquidos por via venosa para reverter a hipotensão. Nos casos de choque pode ser necessário uso de medicamentos para estabilizar a pressão arterial. Muitos doentes evoluem com insuficiência respiratória e renal, necessitando de ventilação artificial e hemodiálise, respectivamente.
Quantos mais órgãos forem entrando em falência, maior o risco de morte. Doentes com sepse grave ou choque séptico são tratados em CTI.
Portanto, não menospreze a presença de uma infecção, principalmente se houver febre alta. O tratamento precoce pode evitar a evolução para um quadro catastrófico.
Leia mais: http://www.mdsaude.com/2009/01/o-que-e-sepse-sepsis-e-choque-septico.html#ixzz1Igxw7hW9
A resposta inflamatória do organismo a uma invasão microbiana maciça pode ser tão intensa que causa diversos distúrbios, como choque circulatório, alterações na coagulação e falência múltipla de órgãos.
A história é a seguinte:
Vamos imaginar um processo infeccioso localizado, como uma pneumonia ou pielonefrite (infecção dos rins), por exemplo. Neste primeiro momento as bactérias estão alojadas em um órgão, no caso o pulmão ou rim, e são combatidas pelos nossos mecanismos de defesa. Se a infecção não for rapidamente controlada, essas bactérias conseguem acesso a circulação sanguínea e se espalham pelo corpo.
É aí que os problemas começam. Os invasores já não se encontram em apenas um local e as células de defesa precisam agir em vários pontos ao mesmo tempo para combater a infecção. O nosso corpo só sabe combater micróbios através da ativação de processos inflamatórios e neste momento é preciso ativá-lo difusamente. A partir deste ponto, perdemos controle sobre o processo de defesa e a inflamação fica descontrolada, passando a ser mais danosa do que o próprio agente invasor.
Todo mundo já teve uma inflamação, seja no dente, na pele ou em qualquer outro ponto do corpo. Imagine agora esse processo ocorrendo internamente e de modo simultâneo em todos os vasos sanguíneos e órgãos.
O processo inflamatório difuso causa uma dilatação dos vasos, levando a uma queda abrupta da pressão arterial, que caracteriza o estado de choque circulatório (choque séptico). Ainda nos vasos ocorre um aumento da permeabilidade dos mesmos, facilitando o extravazamento de líquidos para órgãos, causando a formação de edemas e inundação dos pulmões.
Essas alterações da permeabilidade e pressão circulatória, diminuem o aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos, levando a hipóxia e falência dos mesmos. O sistema de coagulação também é afetado e um dos eventos mais dramáticos da sepse é a coagulação intravascular disseminada (CIVD), um processo onde acontece simultaneamente a formação de múltiplos trombos e a presença de hemorragias. Doente com sepse grave pode apresentar necrose dos membros por trombose e sangramentos do sistema digestivo.
Quanto mais grave for a sepse, maior é o risco de morte. A sepse severa chega a ter uma mortalidade maior que 50%. Quanto mais precocemente for abordada, maiores são as chances de sobrevivência.
Como proceder então?
Qualquer infecção mais grave pode levar a sepse. Muitos de vocês provavelmente já tiveram uma em estágio inicial. Para se caracterizar uma sepse basta apresentar uma infecção e 2 dos 4 sinais e sintomas a seguir:
- Temperatura maior que 38ºC ou menor que 35ºC
- Frequência cardíaca maior que 90 batimentos por minuto
- Frequência respiratória maior que 20 incursões por minutos
- No hemograma: Leucócitos acima de 12,000 ou abaixo 4000 cel/mm3
Esse é o critério para definir sepse, mas não para avaliar sua gravidade. Considera-se sepse grave aqueles que também apresentam:
- Hipotensão e choque
- Piora da função dos rins
- Queda das plaquetas
- Alteração do estado de consciência
- Dificuldade respiratória
- Alterações da coagulação
- Diminuição da função do coração
O tratamento da sepse deve ser iniciado o mais rápido possível. Quanto maior e mais difuso for a inflamação sistêmica, menor é a resposta e maior a mortalidade. Outros fatores que pioram o prognóstico são a idade avançada, a presença prévia de outras doenças associadas, como diabetes, insuficiência renal, insuficiência cardíaca e imunossupressão (HIV, transplantes, câncer...)
O tratamento é com antibióticos para eliminar as bactérias e interromper o fator de estímulo, e com reposição de líquidos por via venosa para reverter a hipotensão. Nos casos de choque pode ser necessário uso de medicamentos para estabilizar a pressão arterial. Muitos doentes evoluem com insuficiência respiratória e renal, necessitando de ventilação artificial e hemodiálise, respectivamente.
Quantos mais órgãos forem entrando em falência, maior o risco de morte. Doentes com sepse grave ou choque séptico são tratados em CTI.
Portanto, não menospreze a presença de uma infecção, principalmente se houver febre alta. O tratamento precoce pode evitar a evolução para um quadro catastrófico.
Leia mais: http://www.mdsaude.com/2009/01/o-que-e-sepse-sepsis-e-choque-septico.html#ixzz1Igxw7hW9